O Que É Oração Relativa Cortadora? Guia Completo Com Exemplos

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Olá, pessoal! Tudo bem com vocês? Hoje vamos mergulhar no universo da gramática portuguesa para desvendar um conceito que pode gerar algumas dúvidas: a oração relativa cortadora. Se você já se deparou com essa expressão e ficou se perguntando o que ela significa, este artigo é para você! Vamos explorar o que é uma oração relativa cortadora, como identificá-la e, principalmente, entender por que ela é importante para a construção de frases claras e corretas. Então, preparem-se para uma jornada de conhecimento gramatical que vai turbinar sua escrita e sua interpretação de textos.

O que são orações relativas?

Antes de falarmos especificamente sobre as orações relativas cortadoras, é fundamental entendermos o que são as orações relativas em si. As orações relativas são aquelas que exercem a função de um adjetivo dentro de uma frase maior. Em outras palavras, elas adicionam informações sobre um termo anterior, que chamamos de antecedente. Essas orações são introduzidas por pronomes relativos, como que, quem, qual, cujo e onde, e podem ser classificadas em dois tipos principais: restritivas e explicativas.

  • Orações relativas restritivas: Essas orações restringem ou especificam o sentido do antecedente, ou seja, elas são essenciais para a compreensão da frase. Se retirarmos uma oração relativa restritiva, a frase perde parte do seu sentido original. Elas não são separadas por vírgulas.
  • Orações relativas explicativas: Essas orações adicionam uma informação extra sobre o antecedente, mas não são essenciais para o sentido da frase. Se retirarmos uma oração relativa explicativa, a frase continua fazendo sentido. Elas são separadas por vírgulas.

Para ilustrar, vejamos alguns exemplos:

  • "O livro que comprei é muito interessante." (oração relativa restritiva)
  • "Machado de Assis, que foi um grande escritor, nasceu no Rio de Janeiro." (oração relativa explicativa)

O que é uma oração relativa cortadora?

Agora que já entendemos o conceito geral de orações relativas, podemos nos aprofundar no tema principal: as orações relativas cortadoras. Uma oração relativa cortadora é aquela em que ocorre a supressão (o "corte") da preposição que normalmente antecederia o pronome relativo. Essa supressão é uma característica da norma culta da língua portuguesa e confere um estilo mais elegante e formal ao texto.

Para ficar mais claro, vamos analisar um exemplo. Imagine a seguinte frase:

"A casa em que moro é muito aconchegante."

Nessa frase, a oração relativa "em que moro" se refere ao termo "casa". O pronome relativo "que" está sendo antecedido pela preposição "em", que é exigida pelo verbo "morar" (quem mora, mora em algum lugar). Agora, observe a mesma frase com a oração relativa cortadora:

"A casa que moro é muito aconchegante."

Percebam que a preposição "em" foi suprimida antes do pronome relativo "que". Essa é a essência da oração relativa cortadora: a preposição que seria naturalmente exigida pela regência verbal é omitida antes do pronome relativo. Essa omissão não torna a frase gramaticalmente incorreta, mas a insere em um contexto mais formal e sofisticado.

Como identificar uma oração relativa cortadora?

Identificar uma oração relativa cortadora pode parecer complicado à primeira vista, mas com um pouco de prática, vocês vão pegar o jeito. O segredo está em analisar a regência verbal do verbo presente na oração relativa. Ou seja, é preciso identificar qual preposição o verbo exige para, então, verificar se essa preposição foi omitida antes do pronome relativo.

Vamos seguir um passo a passo:

  1. Identifique a oração relativa: Procure por pronomes relativos como que, quem, qual, cujo e onde. A oração que se inicia com um desses pronomes é a oração relativa.
  2. Analise a regência verbal: Verifique qual preposição o verbo da oração relativa exige. Para isso, pergunte-se: quem pratica a ação verbal, pratica o quê? de quê? em quê? para quê?, e assim por diante.
  3. Verifique a supressão da preposição: Se a preposição exigida pelo verbo não estiver presente antes do pronome relativo, temos uma oração relativa cortadora.

Vamos praticar com alguns exemplos:

  • "O filme que gostei é um sucesso de bilheteria." (Quem gosta, gosta de algo. A preposição "de" foi suprimida antes do "que".)
  • "A pessoa a quem me referi é muito competente." (Quem se refere, se refere a alguém. A preposição "a" está presente antes do "quem", portanto, não é uma oração cortadora.)
  • "O livro que preciso está esgotado." (Quem precisa, precisa de algo. A preposição "de" foi suprimida antes do "que".)

Por que usar orações relativas cortadoras?

Agora que já sabemos o que são e como identificar as orações relativas cortadoras, surge a pergunta: por que usá-las? A resposta é simples: elas conferem um estilo mais elegante e formal à escrita. O uso da oração relativa cortadora demonstra um domínio da norma culta da língua portuguesa e pode ser um recurso valioso em textos que exigem maior formalidade, como artigos acadêmicos, documentos oficiais e correspondências profissionais.

No entanto, é importante ressaltar que o uso excessivo de orações relativas cortadoras pode tornar o texto artificial e pedante. Portanto, o ideal é utilizá-las com moderação e discernimento, buscando sempre o equilíbrio entre a formalidade e a clareza.

Exemplos de orações relativas cortadoras em diferentes contextos

Para consolidar o que aprendemos, vamos analisar alguns exemplos de orações relativas cortadoras em diferentes contextos. Observem como a supressão da preposição contribui para a fluidez e a elegância das frases:

  • "A lei que discordo é injusta." (Em vez de: "A lei de que discordo é injusta.")
  • "O projeto que participei foi um sucesso." (Em vez de: "O projeto em que participei foi um sucesso.")
  • "A cidade que nasci é muito acolhedora." (Em vez de: "A cidade em que nasci é muito acolhedora.")
  • "O livro que necessito está na biblioteca." (Em vez de: "O livro de que necessito está na biblioteca.")
  • "A decisão que anseio será divulgada amanhã." (Em vez de: "A decisão por que anseio será divulgada amanhã.")

Percebam que, em todos esses exemplos, a preposição que seria exigida pelo verbo da oração relativa foi omitida antes do pronome relativo "que". Essa supressão confere um tom mais formal e sofisticado às frases.

Quando NÃO usar orações relativas cortadoras?

Como vimos, as orações relativas cortadoras são um recurso interessante para conferir elegância e formalidade à escrita. No entanto, existem algumas situações em que o uso dessas orações não é recomendado. Vamos conhecer algumas delas:

  • Em contextos informais: Em conversas cotidianas, mensagens informais e textos com linguagem mais coloquial, o uso de orações relativas cortadoras pode soar artificial e deslocado. Nesses casos, é preferível utilizar a construção com a preposição antes do pronome relativo, que é mais natural e espontânea.
  • Quando a clareza é essencial: Em alguns casos, a supressão da preposição pode comprometer a clareza da frase, especialmente se o verbo exigir uma preposição menos comum ou se a frase for muito longa e complexa. Nesses casos, é melhor utilizar a construção com a preposição para evitar ambiguidades e garantir que a mensagem seja transmitida de forma eficaz.
  • Em textos didáticos: Em materiais didáticos e textos com fins pedagógicos, é importante apresentar a construção completa com a preposição antes de introduzir a oração relativa cortadora. Isso permite que o aluno compreenda a regra gramatical de forma clara e gradual.

Em resumo, o uso de orações relativas cortadoras deve ser feito com moderação e discernimento, levando em consideração o contexto, o público-alvo e o objetivo do texto. O mais importante é garantir que a mensagem seja transmitida de forma clara, precisa e adequada ao nível de formalidade exigido pela situação.

Exercícios para praticar

Para fixar o que aprendemos sobre orações relativas cortadoras, vamos praticar com alguns exercícios. Analise as frases abaixo e identifique aquelas em que ocorre a supressão da preposição antes do pronome relativo:

  1. O livro que li é fascinante.
  2. A pessoa a quem você se referiu é muito talentosa.
  3. O filme de que mais gostei ganhou vários prêmios.
  4. A cidade onde moro é linda.
  5. O projeto que me dediquei foi um sucesso.
  6. A música que ouço me acalma.
  7. O país em que nasci é maravilhoso.
  8. A causa pela qual luto é justa.
  9. O problema que me preocupo será resolvido.
  10. A solução de que precisamos é urgente.

Gabarito: As frases 1, 5, 6 e 9 apresentam orações relativas cortadoras.

Conclusão

Ufa! Chegamos ao final da nossa jornada pelo mundo das orações relativas cortadoras. Espero que este artigo tenha ajudado vocês a entenderem o que são essas orações, como identificá-las e por que usá-las. Lembrem-se: as orações relativas cortadoras são um recurso valioso para conferir elegância e formalidade à escrita, mas devem ser utilizadas com moderação e discernimento.

Agora que vocês dominam esse conceito gramatical, estão prontos para turbinar seus textos e se expressarem com ainda mais clareza e precisão. E não se esqueçam: a prática leva à perfeição. Quanto mais vocês lerem e escreverem, mais natural e espontâneo se tornará o uso das orações relativas cortadoras.

Se tiverem alguma dúvida ou sugestão, deixem um comentário abaixo. E continuem acompanhando nosso blog para mais dicas e conteúdos sobre gramática e língua portuguesa. Até a próxima!