Teorias Subculturais Da Criminologia Formação De Padrões Criminosos

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Ei, pessoal! Já pararam para pensar por que algumas pessoas se envolvem em atividades criminosas? A resposta não é tão simples quanto parece, e é aí que entram as teorias subculturais da criminologia. Preparem-se para uma imersão nesse universo fascinante, onde vamos explorar como normas, valores e a estrutura social moldam o comportamento desviante. Vamos nessa?

O Que São Teorias Subculturais?

As teorias subculturais surgem como uma lente poderosa para entendermos a formação de padrões de comportamento criminoso. Mas, afinal, o que são subculturas? Pensem em grupos que compartilham valores, normas e crenças diferentes da cultura dominante. Essas subculturas podem se desenvolver em resposta a desafios sociais, econômicos ou até mesmo como forma de resistência. E é nesse contexto que o crime pode encontrar terreno fértil.

A Influência das Normas Subculturais no Comportamento Criminoso

O ponto central das teorias subculturais é a influência das normas que regem a conduta desviante. Em outras palavras, dentro de certos grupos, o que a sociedade considera crime pode ser visto como algo aceitável, admirável ou até mesmo necessário para a sobrevivência. Imagine uma gangue de rua, por exemplo. Para seus membros, a violência pode ser uma forma de ganhar respeito, proteger o território ou resolver conflitos. Essas normas subculturais moldam o comportamento dos indivíduos, levando-os a agir de maneiras que seriam consideradas criminosas pela sociedade em geral.

É crucial entender que essas normas não surgem do nada. Elas são construídas socialmente, muitas vezes como resposta a desigualdades, falta de oportunidades e marginalização. Jovens que crescem em áreas com altos índices de criminalidade podem internalizar a ideia de que o crime é a única saída, o único caminho para o sucesso ou para a aceitação. E é aí que o ciclo se perpetua.

A Relação Estrutural Entre Comportamentos Convencionais e Desviantes

Outro aspecto fundamental das teorias subculturais é a relação estrutural entre comportamentos convencionais e desviantes. O que isso significa? Que o crime não é um fenômeno isolado, mas sim um reflexo da estrutura social. A forma como a sociedade está organizada, as oportunidades que oferece (ou não oferece) e as desigualdades que perpetua influenciam diretamente o comportamento criminoso.

Se um jovem não tem acesso à educação de qualidade, a empregos dignos e a oportunidades de ascensão social, ele pode se sentir excluído e buscar alternativas para alcançar seus objetivos, mesmo que isso envolva atividades ilegais. A subcultura criminosa, nesse caso, surge como uma resposta a essa exclusão, oferecendo um senso de pertencimento, status e até mesmo uma forma de sustento.

Principais Teorias Subculturais da Criminologia

Agora que entendemos os conceitos básicos, vamos mergulhar nas principais teorias subculturais da criminologia. Cada uma delas oferece uma perspectiva única sobre como as subculturas influenciam o crime.

Teoria da Associação Diferencial (Edwin Sutherland)

Essa teoria, proposta por Edwin Sutherland, é um dos pilares da criminologia. Ela parte do princípio de que o comportamento criminoso é aprendido, assim como qualquer outro comportamento. Mas como esse aprendizado acontece? Através da interação com outras pessoas, principalmente em grupos íntimos, como a família e os amigos.

Segundo Sutherland, se um indivíduo é exposto a um número maior de definições favoráveis à violação da lei do que definições desfavoráveis, ele tem mais chances de se envolver em atividades criminosas. Ou seja, se ele convive com pessoas que consideram o crime algo normal ou até mesmo positivo, ele tende a internalizar essa visão e a agir de acordo. Essa teoria nos mostra como o ambiente social em que vivemos pode moldar nosso comportamento e nossas escolhas.

Teoria da Anomia (Robert Merton)

A teoria da anomia, desenvolvida por Robert Merton, nos ajuda a entender como as tensões sociais podem levar ao crime. Merton parte do pressuposto de que todas as sociedades têm objetivos culturais (como sucesso financeiro) e meios institucionalizados para alcançá-los (como educação e trabalho). No entanto, nem todos têm acesso igual a esses meios. E é aí que surge a anomia, um estado de desequilíbrio entre os objetivos e os meios.

Quando as pessoas se sentem frustradas por não conseguirem alcançar seus objetivos pelos meios convencionais, elas podem recorrer a alternativas desviantes, como o crime. Merton identificou cinco formas de adaptação à anomia: conformidade (aceitar os objetivos e os meios), inovação (aceitar os objetivos, mas usar meios ilegais), ritualismo (abandonar os objetivos, mas seguir os meios), retraimento (rejeitar os objetivos e os meios) e rebelião (substituir os objetivos e os meios por outros).

Teoria da Subcultura Delinquente (Albert Cohen)

Albert Cohen, ao desenvolver a teoria da subcultura delinquente, focou nos jovens de classes mais baixas. Ele observou que esses jovens muitas vezes se sentem frustrados por não conseguirem atender aos padrões de sucesso da classe média. Essa frustração leva à formação de subculturas delinquentes, onde os jovens encontram um senso de pertencimento e status através de comportamentos desviantes.

Cohen argumenta que a delinquência juvenil é uma forma de reação contra os valores da classe média. Os jovens que se sentem excluídos e marginalizados criam suas próprias normas e valores, muitas vezes invertendo os valores da sociedade dominante. O que é considerado errado pela sociedade, como roubar ou vandalizar, pode ser visto como certo ou até mesmo admirável dentro da subcultura delinquente.

Teoria das Oportunidades Diferenciais (Richard Cloward e Lloyd Ohlin)

Richard Cloward e Lloyd Ohlin expandiram a teoria da anomia de Merton, argumentando que nem todos os jovens têm as mesmas oportunidades de se envolver em atividades criminosas. Eles identificaram três tipos de subculturas delinquentes:

  • Subcultura criminosa: surge em áreas onde há uma estrutura criminosa bem estabelecida, oferecendo oportunidades para os jovens aprenderem habilidades criminosas e ascenderem na hierarquia do crime.
  • Subcultura de conflito: se desenvolve em áreas instáveis e desorganizadas, onde a violência é a principal forma de ganhar respeito e status.
  • Subcultura de retraimento: é formada por jovens que falharam em se integrar tanto na cultura convencional quanto nas subculturas criminosas ou de conflito. Eles tendem a se isolar e a se envolver em atividades como uso de drogas.

Críticas e Contribuições das Teorias Subculturais

Como toda teoria, as teorias subculturais também receberam críticas. Alguns argumentam que elas exageram a influência das subculturas e não dão o devido peso a outros fatores, como características individuais e o papel do sistema de justiça criminal. Além disso, algumas críticas apontam que as teorias subculturais podem ser deterministas, como se os indivíduos fossem meros produtos de seu ambiente social, sem capacidade de fazer escolhas independentes.

No entanto, as teorias subculturais também trouxeram contribuições importantes para a criminologia. Elas nos ajudam a entender que o crime não é um fenômeno isolado, mas sim um produto de fatores sociais, econômicos e culturais. Elas nos mostram como as normas e os valores de determinados grupos podem influenciar o comportamento criminoso e como a falta de oportunidades e a marginalização podem levar à formação de subculturas delinquentes. Além disso, as teorias subculturais nos alertam para a importância de abordagens preventivas, que visem reduzir as desigualdades sociais e oferecer alternativas para os jovens em risco.

A Relevância das Teorias Subculturais Hoje

As teorias subculturais continuam relevantes nos dias de hoje. Elas nos ajudam a entender por que o crime persiste em certas áreas e entre certos grupos. Elas nos mostram que não basta punir os criminosos; é preciso atacar as causas do crime, como a pobreza, a falta de educação e a exclusão social. As teorias subculturais nos lembram que a prevenção é o melhor caminho e que é preciso investir em políticas públicas que promovam a igualdade de oportunidades e o desenvolvimento social.

Ao compreendermos as teorias subculturais, podemos desenvolver estratégias mais eficazes para prevenir o crime e construir uma sociedade mais justa e segura para todos. E aí, o que vocês acharam dessa imersão no mundo das teorias subculturais? Deixem seus comentários e vamos continuar essa conversa!